O Operador Nacional do Sistema Elétrico estima que há sobras de potência no balanço conjuntural para o período seco de 2022 de mais de 10 GW ao longo dos próximos meses. Tomando como base o cenário de chuvas de 2008, essas sobras vão desde 24 GW em junho a até 10,4 GW como o menor volume, a ser registrado em outubro. Esses números foram apresentados pelo órgão na apresentação do Plano de Operação Energética (PEN) que engloba o período de 2022 a 2026.
O ONS aponta que neste ano há um indicativo de necessidade de despacho térmico adicional ao que o Decomp apresentou nessa simulação começando nos meses de setembro a até novembro. Essa geração é para o atendimento da carga em cenários de baixa geração eólica e solar. As simulações, ressaltou o órgão, utilizaram valores considerados conservadores para a geração das duas fontes.
Em um estudo específico sobre o maior submercado do SIN, o Sudeste-Centro Oeste, há perspectiva de chegar a um nível de armazenamento de 37% com base no cenário mais crítico, também com base nos volumes de 2008. “Para todos os cenários analisados, o volume armazenado ao final do período seco é superior ao verificado no ano de 2021”, ressalta o ONS. Em 30 de novembro do ano passado, o índice mais baixo verificado ficou em 19,7% no armazenamento nesse submercado.
No período de 2022 a 2026 a previsão é de um aumento do volume de geração distribuída no país de forma mais relevante. Entre as conclusões que o ONS tem para o PEN, está o fato de que o crescimento traz desafios para a operação do sistema. Dentre eles, a necessidade de compensar de forma rápida o efeito de redução da potência desses sistemas ao final do dia. “O crescimento da MMGD tende a deslocar o horário de pico da curva de carga para o período da noite”, destaca.